Abordagem da Violência Contra a Mulher nos Cursos de Graduação em Odontologia do Rio de Janeiro

Resumo

Objetivo: O objetivo deste trabalho foi averiguar o conhecimento dos concluintes das Faculdades de Odontologia do Rio de Janeiro sobre como proceder diante da violência contra a mulher. Material e Métodos: Realizou-se um estudo transversal, contendo questionário on-line (Google Forms), com 17 perguntas. Foram incluídas respostas de alunos concluintes do curso de Odontologia de Faculdades da região metropolitana e alguns campi próximos, totalizando 237 respostas, com 95% de confiabilidade. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, parecer número 4.105.142. Resultados: Apenas 26,6% dos participantes afirmou ter recebido alguma informação sobre como conduzir os casos de violência contra a mulher. Ademais, 67,1% não se sente apto a orientar uma vítima de violência doméstica justificando-se por ter recebido nenhum/pouco/insuficiente conteúdo sobre o tema. A maioria, 92,4%, disse não ter recebido informação sobre a ficha de notificação e agravos, dentre os que receberam, 76,7% declararam não estarem aptos a preenchê-la. Mais de 71% dos participantes conhece alguma mulher vítima de violência doméstica física e a maioria foi atingida na região de cabeça/pescoço/face. Os graduandos concluintes relataram que atenderiam a demanda odontológica, aconselhariam a vítima e comunicariam aos órgãos responsáveis caso se deparassem com a situação de uma mulher vítima de violência. Conclusão: Logo, observou-se um déficit no ensino-aprendizagem dos protocolos de violência contra a mulher dentro dos cursos de graduação em Odontologia do Rio de Janeiro, pela não abordagem do assunto ou pela ineficiente didática utilizada com os graduandos